sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Boletim Informativo da SAMFTP, n.º 8

Boletim Informativo da SAMFPJ, n.º 8, pág. 1

Boletim Informativo da SAMFPJ, n.º 8, pág. 2

Boletim Informativo da SAMFPJ, n.º 8, pág. 3


Boletim Informativo da SAMFPJ, n.º 8, pág. 4

Foi enviado, via postal, para os sócios da Sociedade dos Amigos do Museu de Francisco Tavares Proença Júnior, o Boletim Informativo da SAMFPJ, deixamos aqui a digitalização do mesmo para que possa chegar a um público mais alargado.

Com este boletim foi distribuído um folheto de 18 páginas: "Pontes a Este - circular na raíz, passar fronteiras: Elementos para a história da cooperação transfronteiriça do Museu de Francisco Tavares Proença Júnior (Castelo Branco)", da autoria de Pedro Miguel Salvado, sócio da SAMFTP, com texto de apresentação de Maria Celeste Capelo, Vice-Presidente da SAMFPJ.
A edição é da SAMFTPJ. ISBN: 978-989-96109-1-0.

A Assembleia Geral anual da Sociedades dos Amigos, decorrerá a 14 de Janeiro de 2012, pelas 14h, na Biblioteca D. Fernando de Almeida do Museu de Francisco Tavares Proença Júnior, em Castelo Branco.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Prémios APOM 2011: conheça os resultados!

Prémios APOM 2011: conheça os resultados!


A SAMFTPJ está de parabéns!

Comemorações do Centenário do Museu foram premiadas.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Nos 40 anos da Arte Rupestre do Tejo

Decorreu na tarde de ontem, sexta-feira, no auditório da Casa de Artes e Cultura do Tejo, em Vila Velha de Ródão, uma Sessão Comemorativa dos 40 Anos da Descoberta da Arte Rupestre do Tejo, entre os presentes, vários membros da chamada "Geração Tejo" e algumas pessoas que entendemos por bem referir: João Carlos Caninas (AEAT), Francisco Henriques (AEAT), Jorge Gouveia (AEAT), Francisco Sande Lemos (U. Minho), Ana Catarina Sousa (IGESPAR), Carlos Banha (IGESPAR), Maria do Carmo Sequeira (Presidente da CM Vila Velha de Ródão), João Manso (Vereador da CM Proença-a-Nova), António Carlos Silva (DRCALEN), Luís Raposo (Director do Museu Nacional de Arquelogia), Graça Baptista (Biblioteca Municipal de Vila Velha de Ródão), Edmundo Rijo, António Martinho Baptista (Parque Arqueológico e Museu do Côa), Mário Varela Gomes (FSCH da U. Nova de Lisboa), Carlos Neto de Carvalho (AEAT e Geopark Naturtejo), Mário Chambino (AEAT), Teresa Marques (IGESPAR) e Maria José Martins (ESE do I. P. Lisboa/Conselho Nacional de Educação).
A representar o MFTPJ, ninguém, tendo em conta a ligação do Museu a Vila Velha de Ródão, à Geração Tejo e à Arte Rupestre do Tejo, não entendemos!
Da SAMFTPJ, mas não necessariamente em representação da mesma, Luís Norberto Lourenço, Manuel Lopes Dias e Faia Correia, também marcaram presença.














Fotografias e texto de Luís Norberto Lourenço

Mais, aqui.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Outras realidades museológicas... Vila Franca de Xira

Exemplo de uma das obras editadas sobre o património, os museus e as suas gentes.

Vila Franca de Xira - Saber Mais Sobre... Museus do Concelho / de Orlando Raimundo, pref. Maria da Luz Rosinha
1.ª Ed. Vila Franca de Xira: Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, 2010. Col. "Vila Franca de Xira - Saber Mais Sobre...", Vol. 4 (Museus do Concelho) ISBN: 978-989-8254-07-8.

Outras realidades museológicas... no concelho de Vila Franca de Xira:

Museu Municipal de Vila Franca de Xira
http://www3.cm-vfxira.pt/PageGen.aspx?WMCM_PaginaId=41343
(desde 2001 integra a Rede Portuguesa de Museus)

Museu do Neo-realismo em Vila Franca de Xira

Museu do Ar (Alverca do Ribatejo)

Casa-Museu Mário Coelho (V. F. Xira)

Casa Museu Dr. Sousa Martins (Alhandra)

Celebração dos 40 Anos da Descoberta da Arte Rupestre do Tejo



Pela importância que este evento tem para o nosso museu, divulga-se aqui.

A 31 de Outubro de 2011 passam 40 anos sobre o início da notável descoberta arqueológica do que viria a ser conhecido como o complexo de arte rupestre (pré-histórica) do vale do Tejo.

A Associação de Estudos do Alto Tejo e a Câmara Municipal de Vila Velha de Ródão organizam no próximo dia 28 de Outubro, em Vila Velha de Ródão, uma sessão pública para assinalar esta data.


Agradecemos a informação ao sócio Pedro Miguel Salvado.

domingo, 9 de outubro de 2011

Reportagem da visita a Cáceres da SAMFTPJ, sob a orientação do Dr. Pedro Salvado

Junto à Ponte do Pônsul, fabulosa construção da segunda metade do século XIX...
o início da jornada, o Dr. Fernando Dias de Carvalho...

Junto à base de um dos pilares da Ponte do Pônsul, identificam-se pedras almofadadas,
o que pode indiciar uma primitiva construção romana...

na base de outro pilar... sob o olhar atento da nossa colega, amiga e sócia Belarmina Rolo

e junto a outro pilar...

Pedro Salvado falando sobre a Ponte do Pônsul...

À entrada do moinho...

e junto ao moinho...



Moinho junto à Ponte do Pônsul (ou da Monheca)...

A Ponte Romana de Segura, alvo de intervenção recente...

Na fronteira de Segura...

No Museu Vostell de Malpartida de Cáceres, da esquerda para a direita:
a guia do Museu, Alejandro Hernández (Pres. Amigos do Museu Vostell), Mercedes Vostell, Teresa Sancho (dos Amigos do Museu Vostell), Pedro Salvado (da SAMFTPJ)
e José Carlos Gonçalves (Presidente da SAMFPJ)...

No Museu Vostell de Malpartida de Cáceres...

A recentemente renovada Plaza Mayor de Cáceres...

Sócios da SAMFTPJ: Luís Norberto Lourenço, Pedro Miguel Salvado e António Dionísio.

À entrada do Museu Provincial de Cáceres, da esquerda para a direita:
Pedro Miguel Salvado, uma sócia da ADAEGINA, Demétrio (Pres. ADAEGINA), Juan Valadés (Dir. Museu Provincial de Cáceres), Maria Celeste Capelo (Vice-Pres. SAMFTPJ) e José Carlos Gonçalves (Pres. SAMFTPJ)...
Na zona da Cáceres monumental...

Na Cisterna do Museu Provincial de Cáceres...

A SAMFTPJ realizou no passado sábado dia 8 de Outubro uma visita cultural à Provincia de Cáceres, com especial realce para as visitas ao Museu Vostell de Malpartida de Cáceres (recebidos por Amigos do Museo Vostell e por Mercedes Vostell) e ao Museu Provincial de Cáceres (recebidos pelo Director do Museo, Dr. Juan Valadés e por sócios da ADAEGINA), com paragens na Ponte do Pônsul (da Monheca), na Ponte Romana de Segura e na Ponte Romana de Alcântara. A visita foi guiada pelo Dr. Pedro Miguel Salvado, sócio da SAMFTPJ.
Todas as fotografias, excepto a 12.ª são da autoria de Luís Norberto Lourenço.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Visita Cultural da SAMFTPJ “Patrimónios a Este. As pontes e as Margens”, guiada por Pedro Miguel Salvado


Visita cultural da SAMFTPJ – “Patrimónios a Este. As pontes e as Margens”

Plaza Mayor de Cáceres (Fotografia de Luís Norberto Lourenço)


Dia 8 de Outubro 2011, próximo sábado.


A visita será guiada pelo sócio da SAMFTPJ, o Dr. Pedro Miguel Salvado.


Saída 7 horas de Castelo Branco em autocarro

Local de saída - Junto ao Museu FTPJ

Programa,

  • Segura (Paragem)
  • Piedras Albas- Ponte de Alcântara . (Paragem)
  • Malpartida de Cáceres
  • Visita ao Museu Vostell e ao Centro de Interpretação das vias pecuárias

Almoço

Cáceres

Passeio pela zona histórica e Plaza Mayor recentemente reabilitada

Visita ao Museu Provincial de Cáceres orientada pelo seu Director Dr. Juan Valadés.

Porto - brinde de cooperação

Visita ao Museu de Arte Contemporânea de Cáceres.

Regresso a Castelo Branco com saída provável entre as 19H e 20H. Logo, chegaremos a C. Branco entre as 21H ou 22H.


Nota:

Feita esta nota, no essencial, com base no que me foi enviado pela SAMFTPJ.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Cáceres recebeu uma reunião preparatória do IV Mouseion











Decorreu na tarde de ontem, 22 de Setembro, pelas 17h, no Museu Provincial de Cáceres (Espanha), tendo como anfitrião o Director deste Museu, Juan Valadés, uma reunião preparatória do IV Mouseion - Encontro Transfronteiriço de Museologia.
A representar o Museu de Francisco Tavares Proença Júnior (MFTPJ) esteve a Directora do Museu, Aida Rechena e a Sociedade dos Amigos do Museu de Francisco Tavares Proença Júnior (SAMFTPJ), Pedro Miguel Salvado e Luís Norberto Lourenço.
Presentes vários directores e outros representantes de museus da Extremadura espanhola e de Portugal, dos distritos de Castelo Branco, Portalegre e de Évora.
Das associações profissionais de museologia estiveram presentes elementos da APOM, do MINOM, do ICOMOS-Portugal e da Asociación Española de Museológos (AEM).
Das associações de amigos de museus, estiveram presentes a ADAEGINA (Cáceres), a SAMFTPJ (Castelo Branco) e os Amigos do Museu de Évora.
Ao nível do Ensino Superior, universitário e politécnico, de Portugal e Espanha, apenas marcou presença a Universidade Lusófona.

A autoria das fotografias da reunião são de Pedro Miguel Salvado e de Luís Norberto Lourenço.

sábado, 3 de setembro de 2011

Rudimentos de Archeologia, de Francisco Tavares Proença Jr. na íntegra no SCRIBD

Rudimentos de Archeologia, de Francisco Tavares Proença Júnior



Nota editorial:
Esclarecimento de dúvidas colocadas sobre o acesso ao http://www.scribd.com/ , a consulta e leitura da documentação alojada é de acesso livre, no entanto para descarregar documentos é necessário criar uma conta, é rápido e sem custos, para quem tem conta no Facebook, pode entrar via Facebook.
Colocada pelas 20h 49m do dia 4/09/2011.

domingo, 24 de julho de 2011

Natália Correia lê poemas de António Salvado

Um documento para a História do Museu, em duas partes:








Natália Correia lê poemas de António Salvado, na Casa das Beiras, em Lisboa, a 29 de Junho de 1990, por ocasião da publicação dum novo livro do poeta e ex-Director do MFTPJ.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Beira Baixa acolhe 5.º Curso de Verão da APOM

Pede-nos a Directora do MFTPJ e a Direcção da SAMFTPJ que divulguemos o V Curso de Verão APOM 2011.

O V Curso de Verão APOM 2011 decorre a 12, 13 e 14 de Setembro de 2011, na Casa da Torre de Caria (Belmonte), sob organização da Associação Portuguesa de Museologia (APOM) e da Câmara Municipal de Belmonte.

Neste curso serão apresentadas sessões teóricas e práticas por profissionais de Museus, abordando as seguintes temáticas:
Introdução à Museologia e Gestão do Património;
Programação e Dinamização Museológica;
Exposição -Projectos Expositivos;
Novas Tecnologias e Museus;
Tipologias de Museus;
Conservação e Restauro;
Museus e Educação;

Ver programa aqui:
http://www.mouseion.me/wp-content/uploads/2011/07/Folheto.apom_.pdf

Inscrições:
cmbelmonte@mail.telepac.pt
apom65@gmail.com

domingo, 10 de julho de 2011

Nova responsável pela Cultura na Extremadura espanhola é velha amiga do Museu

Uma boa notícia para o Museu...



Na fotografia, publicada pelo Joaquim Batista aqui*, identificamos: Joaquim Batista, José María Álvarez (Director do Museu de Mérida), Trinidad Nogales, José Santolaya e Silva, Pedro Salvado.

Em 1985, no Museu de Francisco Tavares Proença Júnior em Castelo Branco, sob a Direcção de António Salvado, o MFTPJ acolheu ilustres personagens de ambos os lados da fronteira, no âmbito do primeiro encontro transfronteiriço de cultura e museologia, MESA REDONDA "MUSEUS DA RAIA LUSO-ESPANHOLA. UM TRAÇO DE UNIÃO.

Novidades na política regional em Espanha implicam mudanças na Cultura na Extremadura espanhola, a nova "Consejera" (Secretaria Regional) da Cultura e Educação, é Trinidad Nogales, Conservadora do Museu Nacional de Arte Romano de Mérida e académica da História, é uma investigadora reconhecida a nível internacional e é uma velha amiga do nosso Museu.

Mais:
* http://museualbi.blogspot.com/2010/08/da-poeira-dos-arquivos.html

domingo, 26 de junho de 2011

Exposição “Museu no Feminino – mulheres artistas na coleção do MFTPJ”






Estivemos esta tarde no Museu de Francisco Tavares Proença Júnior, em Castelo Branco, onde tomámos estas fotos que ficam como convite para uma visita a esta exposição temporária "Museu no Feminino", para quem já conhece o MFTPJ ou como pretexto para conhecer o resto do Museu também. Já aqui se tinha dado notícia da inauguração.


Fotografias de Luís Norberto Lourenço.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Exposição “Museu no Feminino – mulheres artistas na coleção do MFTPJ”


Inaugura a exposição “Museu no Feminino – mulheres artistas na coleção do MFTPJ” no próximo dia 18 de Junho às 15.00 horas, seguida da mesa-redonda com o tema “Ser mulher artista plástica em Portugal” onde estarão presentes Clara Afonso, Laura Cesana, Manuela Justino, Maria Campos, Maria Gabriel, Mena Brito e Natércia Belo, todas representadas na coleção do Museu.

A exposição e a mesa redonda contam com o apoio da Sociedade de Amigos do Museu e do Governo Civil de Castelo Branco.


Apresentar no Museu de Francisco Tavares Proença Júnior uma exposição dedicada a mulheres artistas através de pinturas, esculturas e bordado, pertencentes à coleção do Museu, vem ao encontro de uma pretensão social atual relacionada com a questão da visibilidade das mulheres na história e na sociedade.
Estabelecemos que pretendíamos uma iniciativa que ultrapassasse a mera “exposição de mulheres artistas” e possibilitasse um posicionamento crítico abordando as condições socioculturais das artistas portuguesas, os múltiplos papéis e identidades que assumem no quotidiano, a contextualização das suas obras pondo em evidência as carências, os desejos, as dificuldades e os sucessos. Encaramos as obras expostas como relatos de histórias (artísticas) que abrem portas a outras histórias (de vida).
Em 2010 existiam 50 Museus de Mulheres no mundo, ligados por preocupações de base idênticas: a desigualdade social entre os sexos, a posição secundária da mulher na sociedade e a discriminação ideológica.
Introduzir a questão da visibilidade das mulheres nos Museus, em todos os museus, permite colocar novas questões às coleções museológicas já constituídas, promover novas políticas de incorporação de peças através da valorização dos bens e saberes associados à cultura feminina, reestruturar os discursos expositivos de forma a abandonar o tom neutro e declarativo e a adotar um tom interrogativo.
Com a exposição “Museu no Feminino” temos a ambição de tornar visíveis as mulheres por detrás das obras, destacar as “criadoras”, dar-lhes voz como “ser social”, ativas e participantes: queremos saber quem são, qual o seu percurso de vida, porque motivo algumas abandonaram a arte e outras decidiram e conseguiram continuar e como é ser mulher artista em Portugal.

Aida Rechena
Diretora do Museu de Francisco Tavares Proença Júnior


Nota:

Museu de Francisco Tavares Proença Júnior

Largo Dr. José Lopes Dias

6000-462 Castelo Branco

Telefone: 272 344 277

Fax: 272 347 880

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Castelo Branco, no ano do centenário: Fundação do Museu Municipal*

Encerrou-se no passado Domingo, dia 17 de Abril, o ciclo comemorativo do centenário da abertura do Museu de Castelo Branco. Não compete a este artigo (nem é propósito meu) fazer o balanço do que foi o centenário que terminou: o que se fez ou o que nele ficou por fazer - e por dizer. Pelo contrário, como o título do artigo já deixa antever, pretendo apresentar aqui, em breves e desajeitadas pinceladas, um retrato somente esboçado do nascimento do museu: o processo, as decisões e algumas notícias da sua inauguração. Este retrato (incompleto tanto no que respeita à profusão de notícias do seu "nascimento" quanto à apresentação de aspectos decisivos da sua conturbada vida inicial) provém de uma selecção, mais ou menos aleatória, da vasta colecção de notas que venho coligindo há vários anos e cuja finalidade é, justamente, elaborar (um dia) a "biografia" de uma das instituições mais importantes da divulgação e preservação da cultura - passe a vastidão e ambiguidade do conceito - de Castelo Branco.
Foi em 1908 que a ideia de criar um museu municipal, em Castelo Branco, se concretizou no espírito de Francisco Tavares Proença Junior. Com uma colecção etnográfica (no sentido que a expressão tinha em fins do séc. XIX e primórdios do XX) de alguma expressão - cerca de 3.000 peças - tanto em diversidade como em qualidade, julgou que seria mais proveitoso expô-la ao público do que guardá-la e estudá-la avaramente para si. Pois a ideia principal que norteava a criação do museu radicava na concepção de instrução, de conhecimento - não de um conhecimento etéreo e descarnado da própria realidade ou da vivência concreta do ser humano, mas de um conhecimento do passado que fortalecesse a consciência de si, de cada um de nós, no seio mais vasto da pátria. Segundo as palavras do seu mentor: Quanto mais intenso for o conhecimento da historia tanto mais firme será o sentimento da nacionalidade.1 Assim, no dia 26 de Março de 1908, Tavares Proença Júnior envia um ofício à Câmara Municipal propondo a criação do Museu: De Francisco Tavares de Proença Junior, em data de 26 de Março ultimo, ponderando as vantagens da fundação dum museu municipal n'esta cidade, indicando como local proprio para elle ser estabelecido a Capela do antigo convento de santo antónio, offerecendo para o effeito parte da sua importante collecção archeologica e promptificando-se a dirigir a installação do museu e promover o seu desenvolvimento continuando a realisar explorações e a recolher todos os objectos dignos de ser estudados e salvos da destruição.2 Em sessão camarária do dia 8 de Abril, o elenco - presidido pelo dr. Manuel Pires Bento - aceitou o alvitre e, de imediato, pediu ao Governo a cedência da Capela do Convento de S. António para o fim proposto (uma vez que ela pertencia ao Ministério da Guerra e fazia parte do Hospital Militar). Mais ainda, em plena sessão, adiantou várias deliberações (que se provou terem sido fundamentais) no que toca à futura fundação e orientação interna do próprio museu: a Câmara não só aceitava a oferta de parte do espólio de Tavares Proença Junior, mas também sugeria que o distincto archeologo fosse o seu director e conservador. De facto, assim aconteceu.
As condições seriam basicamente estas: Tavares Proença Junior oferecia parte da sua colecção e depositava lá a outra parte, organiza um regulamento interno, cataloga e expõe as peças da maneira que lhe parece mais correcta e a Câmara Municipal arcava com as despesas de adaptação do referido edifício e com a manutenção dele (a única despesa fixa contraía-se com a contratação de um contínuo ou porteiro para abrir o "estabelecimento científico" aos Domingos). Isto não impedia que continuasse a fazer prospecções arqueológicas e a estudar os materiais que encontrasse, fazendo publicar os resultados do seu estudo em revistas da especialidade, tanto portuguesas como estrangeiras. A sugestão da criação do Museu foi acolhida com um grande entusiasmo pelas autoridades locais - aliás, imitando outras Câmaras Municipais pelo país fora. Ao ponto de a notícia se ter propalado rapidamente e Félix Alves Pereira publicar um artigo de divulgação na melhor revista dedicada a antiguidades (arqueológicas e outras) então publicada em Portugal. Aí se diz: Regozijemo-nos em familia com uma noticia que nos chega da capital da Beira Baixa. O Sr. Francisco Tavares de Proença Junior, archeologo apaixonado e generoso, possuia naquella cidade uma collecção archeologica, ja valiosa pelo numero (cêrca de 3:000 objectos) e pela qualidade. Bastariam para lhe dar importancia as duas pedras inscritas, cujos desenhos foram apresentados ao Congresso Prehistorico de Périgueux. Este nucleo de archeologia regional acaba de ser offerecido pelo seu desinteressado proprietario ao municipio de Castello Branco... A Camara, com criterio verdadeiramente esclarecido e elevado, acolheu grata a referida proposta...3
Aceite a proposta e as condições nela inseridas, as entidades competentes lançaram mãos à obra. A despeito de alguma lentidão das obras de adaptação, das hesitações e ziguezagues que envolveram as primeiras decisões de um projecto de cariz filantrópico à nascença - o museu franqueava as suas portas ao público dois anos depois, precisamente em um Domingo, dia 17 de Abril de 1910. E durante muito tempo a sua abertura resumia-se a três ou quatro horas ao Domingo.
Como se sabe, Francisco Tavares de Proença Junior não admitiu que a inauguração chamasse sobre si a atenção: nem autoridades a descerrar lápides, nem charanga musical, nem foguetório ou palmas do povoléu. A população foi avisada pela fixação de editais nos sítios do costume. O acto pedia apenas sobriedade, por respeito a e analogia com as matérias expostas. Um cronista da época registou o carácter inusitado da efeméride do seguinte modo. Foi inaugurado no domingo o museu municipal. Visitámol-o á tarde, sendo gentilmente recebidos pelo seu organisador sr. Proença Junior. Somos profanos em assumptos de archeologia. Não conhecemos o valor das coisas ali expostas, mas algumas parecem-nos interesantes. Verdade seja que da nossa força scientifica são quasi todos os habitantes da terra albicastrense, embora muitos finjam saber da poda - p'ra se darem ares de pessoas ilustradas...4
Mas foi da pena do cronista da Gazeta da Beira (provavelmente a do mestre António Rodrigues Cardoso) que nos chegou a crónica mais longa, rica e minuciosa; também aqui se sublinha a simplicidade do acto público: tudo se fez modestamente, sem dispendio de rhetorica, sem discursos nem trombetas.5 Ele não se esqueceu de felicitar a Câmara Municipal pela obra realizada, contudo, os maiores louvores dedica-os ao fundador: A maior honra, porém, a maior gloria e os maiores louvores são para o benemerito que prodigamente pôs à disposição do publico o fruto do seu trabalho e estudo.6 Leite de Vasconcellos reproduziu esta crónica, na íntegra, nas páginas da revista que dirigia.
Foi breve a passagem de F. Tavares de Proença Júnior pela direcção da instituição que fundara. A chegada do regime republicano obrigou-o a exilar-se e, desde então, não dedicaria mais o seu tempo a escavações nem ao estudo atento de outras antiguidades. O museu ficava, assim, órfão de "pai". A Câmara republicana apressou-se a nomear um vereador - João do Nascimento Costa - para cuidar dos negócios básicos do museu e o dr. M. Paiva Pessoa assumia, ao lado do vereador, o cargo de conservador. Isto porque, de cada vez que se dá uma mudança brusca de regime político, os vencedores costumam considerar-se arautos da verdade (e, mais grave, impolutos) nas suas acções. E, claro, nestas ocasiões o mal penetra os mais recônditos meandros da realidade. O Museu Municipal Archeologico (como aparece referido em muita documentação) também sofreu a visita dos novos caciques. Imediatamente após o 5 de Outubro, a sua reorganização ficou a cargo do dr. Paiva Pessoa, depois que a canalha destroçara por malvadez e rancores pessoaes7 o que tão zelosamente F. Tavares de Proença Junior concebera, ofertara e organizara. Curiosamente, uma parte interessante da composição do retrato dos "verdes anos" do Museu persiste, por estudar, nas cartas familiares. Mas "os maus fados do berço" (como diz José Lopes Dias) mal tinham começado.8 Parecia que havia uma conjugação perfeita entre o desvario geral do país e o Museu Municipal. De modo que em Novembro de 1912 já se mudava para a antiga Escola do Conde Ferreira, no recinto da alcáçova; em 1916 acomodam-se as colecções em dependências da Câmara Municipal (hoje Conservatório Regional); e não ficou por aqui: durante largos períodos mantinha-se fechado. Só em 1929, por altura do IV Congresso Beirão, é inaugurado no antigo edifício dos Correios e Telégrafos (edifício recentemente demolido, onde hoje se encontra o Centro de Interpretação do Tejo Internacional), desta vez deu-se atenção a critérios museológicos da época (cenografia, identificação das peças, etc.), criou-se um quadro de pessoal e nomeou-se uma comissão de supervisão na qual pontificava Elias Garcia (além de Paiva Pessoa e Crispiano da Fonseca), que seria o futuro director. (Nesta data começa uma nova etapa do Museu, da qual não fazemos aqui qualquer menção.) Ora, durante esta itinerância peregrina, perderam-se peças (houve mesmo roubos) e outras degradaram-se irremediavelmente; houve sindicâncias e acusações desagradáveis, pediram-se demissões: em suma, o Museu andava na boca do povo pelos piores motivos. Embora nem tudo tenha sido, no entretanto, diáspora e desorientação: enriqueceu-se - e muito - o acervo do Museu (às vezes sem critério nem rigor nem gosto, pese embora a maior parte das peças terem sido doadas); em 1917 funda-se a Sociedade dos Amigos do Museu (Fundou-se nesta cidade uma associação com este titulo, que se destina a ajudar pecuniariamente a conservação dos objectos existentes neste Museu, a facilitar a acquisição de outros objectos e ao estudo da historia, arte e etnologia local)9 e pouco depois da morte do seu fundador (cujo funeral se realizou em Castelo Branco e parece ter sido a maior manifestação de pesar a que a cidade alguma vez assistiu), a Câmara Municipal decide dar-lhe o nome de Francisco Tavares de Proença Junior e expor um quadro com o retrato, a corpo inteiro, do benemérito fundador. Em 1926 publica-se o primeiro folheto do Museu, com notas sobre algumas peças (pintura) nele existentes. E, em 1928, deixa de ser municipal e passa a Regional.
Em 1908, F. Alves Pereira apelava: á Camara de Castello Branco faria eu agora um pedido: não esmoreça na realização d'este melhoramento, que ha de ser orgulho da cidade para os contemporaneos e para os vindouros.10 Hoje, passado um século, ouvimos - nítido - o eco da profecia.

1Cf. ADCB, Actas da Câmara Municipal, Mç.42, Liv.43, fl.131.
2Cf. ADCB, Actas da Câmara Municipal, Mç.42, Liv.43, fl.130v.º.
3Cf. PEREIRA, F. Alves, "Museu Municipal de Castello Branco" in O Archeologo Português, vol. XIII, n.os 1 a 6, pp. 117-118, p.117.
4Cf. Noticias da Beira, n.º290, de 24.IV.1910.
5O Archeologo Português, vol. XIV, n.os 1 a 12 (1910), pp.120-124, p.121.
6O Archeologo Português, vol. XIV, n.os 1 a 12 (1910), pp.120-124, p.123.
7Trata-se de um extracto de carta de Francisco Tavares de Almeida Proença (pai do fundador do Museu) ao Doutor José Leite de Vasconcellos. Não indicamos, de propósito, algumas fontes manuscritas (uma inéditas, outras não) que conhecemos.
8DIAS, José Lopes "Francisco Tavares de Proença J.or, Fundador do Museu de Castelo Branco" in Estudos de Castelo Branco, 40, 1972.
9A Madrugada, n.º10, de 17.VI.1917.
10Cf. PEREIRA, F. Alves, "Museu Municipal de Castello Branco" in O Archeologo Português, vol. XIII, n.os 1 a 6, pp. 117-118, p.118.

Autor: Leonel Azevedo


*Texto de Leonel Azevedo, no jornal Reconquista, sobre o MFTPJ, na íntegra (excepto a foto).

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Exposição de Artes Plásticas do Concelho de Vila Velha de Ródão










Exposição de Artes Plásticas do Concelho de Vila Velha de Ródão, no Museu Francisco Tavares Proença Júnior (MFTPJ), em Castelo Branco, de 11 de Março a 30 de Abril de 2011, no âmbito das comemorações do Centenário do MFTPJ.

É uma exposição temporária, logo a visita não é paga.

Todas as fotografias aqui publicadas são da autoria de Luís Norberto Lourenço.